Esta viagem foi pensada para ser feita com um outro roteiro, mas alguns imprevistos fizeram com que mudássemos de idéia e ‘SEGUÍSSEMOS NOSSO INSTINTO”.

A proposta inicial era de ser feita por quatro pessoas, um brasileiro, um espanhol, um californiano e eu.

O outro brasileiro por não estar se sentindo bem, desistiu nos primeiros cinqüenta kms, voltando para Barcelona.

Seguimos os três de Barcelona para Piuigcerda, Andorra e Lourdes, através dos Piryneus. O californiano e o espanhol eram pessoas bacanas, mas o americano gostava de acelerar desesperadamente. No interior da França, onde a velocidade nas cidadezinhas (que são muitas), é de 50 km/hora ele passava a noventa, e nas auto – estradas, onde o limite é de 130 km/hora, ele andava a cento e oitenta, não se importando com radares.

Minha proposta era de ver as paisagens, fotografar, enfim, curtir tudo, uma vez que quando você acelera demais, tem que ficar super atento, não desfrutando daquela pintura que é o interior da França.

Dessa forma, resolvi me separar deles e continuar a viagem sozinho, tendo que fazer o resto do trajeto pelo mapa uma vês que o GPS estava com o americano. .

 “SIGA SEMPRE O SEU INSTINTO”

A partir da hora que não precisei mais correr atrás de ninguém, minha viagem tornou-se fantástica, sem ter preocupação com kilometragem, muito menos hospedagem, pois eu mesmo escolhia o melhor lugar para pernoitar, tomando sempre os vinhos indescritíveis do Vale do Rhone, acordando sem pressa e determinando a cada dia, o roteiro.

Trecho maravilhoso, atravessando a primeira perna dos Piryneus, pegando um pouco de chuva e chegando à maravilhosa cidade de Andorra. 

Essa segunda perna dos Piryneus é indescritível. O tempo ineiro de montanhas, estradinhas com curvas em cotovelo e neve. Por ser perto de estações de esqui, lugares excelentes para se tomar um bom chocolate e comer alguns “tapas”.

Pernoitamos em Lourdes, uma cidade abençoada e completamente repleta de fiéis. Ficamos em um hotel que não era muito bom, mas com uma comida excelente e baixo custo.

Cidade linda, uma verdadeira surpresa. Conseguimos um bom hotel, infra – estrutura gastronômica excelente e por ser interior preços ótimos também. Sem falar na arquitetura da cidade, sem igual.

Este foi o dia em tomamos a decisão de continuar sozinho. Fomos por estradinhas no interior da França e o GPS estava com o californiano, que continuava a acelerar igual a um louco.

Eles foram se distanciando, e quando me deparei estava completamente perdido, pois existem cidades e mais cidades pequenas, cada uma com quatro saídas, dificultando muito como se referenciar.

Parei em vários bares, mas as pessoas não falam outra língua a não ser o francês e não é por má vontade, mas não te ajudam de forma alguma. Viram a cara e vão embora.

Dia de kilometragem estendida, região linda. Fizemos um bate e volta rápido em Marcelha, pois o objetivo era chegar à Avinhão.

Dia de kilometragem estendida, região linda. Fizemos um bate e volta rápido em Marcelha, pois o objetivo era chegar à Avinhão.

Avinhão foi a primeira sede papal. Lá moraram três papas antes de ser transferida para o Vaticano. Impressionante o gigantismo das edificações, e onde está a famosa Pont Du Avignon, acesso ao castelo, que mais tarde virou o símbolo da cidade. O interessante é que derrubava-se uma torre e fazia uma muralha com as pedras, depois contruia outra torre ou anexo, ficando em obras durante centenas de anos.

Neste dia, a liberdade de horário nos propiciou uma surpresa muito agradável. Estávamos em uma região de planície, quando avistamos uma edificação gigante, contrastando com aquele plano. A imponência daquele castelo fez com que eu desviasse a rota para conhecer-lo, mas foi mais que isso. Narbone é uma cidade maravilhosa com um canal de navegação e o Chapelle dês Penitents Bleus e Cathedale Saint- Just e Saint-Paster, datadas de 2500 anos.

Carcassone è uma cidade medieval, uma Cidadella, aquelas tipo de filmes. Possui uma dupla linha de muralhas e foi contruída entre os séculos IX e X. Não dá para descrever a sensação que é de estar em um lugar completamente cercado de muralhas, ruas estreitas e imaginar como era a vida naquele burgo.

Enfim, uma viagem para ser lembrada por momentos ótimos e principalmente de decisões que as pessoas tem que tomar e segui-las, independente de medos. O transcorrer na viagem sozinho faz com que a gente sempre procure um auto-conhecimento e principalmente sabe administrar as situações.