GIRO DE ITÁLIA E FRANÇA

O texto que se segue tem a relata a viagem realizada na Itália e França por Lúcio Flávio de Laurentys Medeiros.

Roteiro:

– Belo Horizonte – Milão

– Milão – Nice – Mônaco – Monte Carlo

– Genova – Pisa

– Florença

– Ortisei – Cortina D’ampezzo

– Lago de Garda

– Bolzano

– Treviglio – Milão – Belo Horizonte

Ficamos um pouco receosos de estar viajando no mês de outubro, que na Europa já começa o frio e muita previsão de chuva, mas na verdade pegamos chuva somente no primeiro dia, nada que pudesse alterar o andamento do planejado e o prazer de estar sobre duas rodas em um outro continente.

Chegamos a Milão por volta e por um golpe de sorte, dentro do avião perguntamos a um italiano se ele sabia onde era o hotel que iríamos ficar. Ele disse que iria consultar no GPS, que estava no carro da mulher que iria buscá-lo no aeroporto. Ao chegar no carro eles decidiram que iriam nos levar até o hotel, nos surpreendendo com a gentileza.

Combinamos com um taxista de nos levar ao centro da cidade, à noite, e “parlando”, ele nos indicou o bairro do “Naviglio”, que fica à beira do canal e que tem bares e restaurantes muito bons e ainda indicou o irmão, também taxista para nos levar à cidade de Crema, onde pegaríamos as motos, sempre melhorando os preços cobrados.

Milão – Vermont – fronteira Itália – França

Acordamos, tomamos um café rápido e pegamos o taxi para Crema, com uma forte ansiedade. Era manhã por volta das nove horas e viajamos aproximadamente 60 km sob uma forte neblina, o que nos deixou ainda mais tensos.

Chegamos ao local indicado, exatamente junto com o dono na locadora, que já nos apresentou as duas BMW – F 800 GS – que havíamos locado através de e-mails desde o Brasil. Ao ver o tamanho das BAG’S, decidimos por retirar as duas laterais e ficarmos somente com a que fica acima do banco traseiro, o que nos ajudou bastante quando pegávamos auto-estrada, evitando o arrasto aero dinâmico. No contrato firmado, constava também seguro total com franquia de 2.000 euros e GPS.

Este primeiro dia ficou marcado pelas adaptações iniciais , como acostumar com o GPS, que logo no início “apagou”, aprender a abastacer nos postos que não tem funcionários e cujas bombas dificilmente dão o troco. Dessa forma colocávamos as motos próximas às bombas, programávamos o dinheiro a ser pagos e assim que um tanque estava completo já passamos direto o bico para a outra moto para não desligarmos a bomba e perder o troco.

Rodamos de Milão em direção à Nice, programando no GPS, evitar auto-estradas e pedágios. Dessa forma passamos por Alessandria, rodando neste dia nove horas initerruptas, sem paradas para café, alimentação ou necessidades biológicas, debaixo de chuva e neblina e nas estradas vicinais, que sempre tem muito trânsito.

Ao ver que não conseguiríamos chegar a Nice, optamos por pernoitar em Limones, na Itália, pois anoiteceu e com a chuva a visibilidade foi ficando cada vez pior.

Passamos por um hotel na beira da estrada , e decidimos pernoitar ali, o que foi a melhor decisão, pois à noite seria muito difícil atravessar o trecho a seguir que eram os Alpes franceses , cujo asfalto era muito escorregadio, muitas curvas em cotovelo e subidas e descidas muito íngremes.

O hotel surpreendeu pela ótima acolhida, comida boa, cerveja artesanal fabricada ali perto de graduação 8.7 e acima de tudo por um café da manhã espetacular.

Vermont – fronteira Itália – Nice – França

Após um café excelente, rumamos para a França, onde iríamos encontrar a irmã do Marcos e o marido dela, em uma cidadezinha de nome Brugges.

Não imaginamos o quanto foi bom termos evitado este trecho que se seguiria à noite, pois como falado anteriormente era muito íngreme, tinha muita neblina e estava escorregando demais a ponto de termos que ir bem devagar até a fronteira com a França.

Após a passagem do túnel na fronteira da Itália com a França, foi a coisa mais espetacular que nos aconteceu, pois saímos daquela neblina para um sol maravilhoso na descida dos Alpes Franceses em direção à Nice, passando por cidades de beleza impressionante, como Tende, Brugges, Sospel, onde almoçamos e encontramos Mírian e Christian, irmã e cunhado do Marcos.

As cidades são como pinturas e como é uma região de montanhas sendo que a cada montanha que se sobe, eles chamam o topo de Cole, para descer novamente. Estávamos em uma região de vários Coles, este especificamente Cole de Tenda.

Nice – França

Decidimos permanecer em Nice, visitando diversas cidades vizinhas e praias com Eze, Villefranche Sur Mer, Mônaco.

Nice – Genova

Saímos de Nice sob uma chuva fina que logo cessou, indo em direção à Monaco, Vintemiglia (fronteira França / Itália), Menton, Genova, optando pela auto-estrada para que pudéssemos ganhar tempo relativo ao dia em que prorrogamos em Nice.

Genova – Firenze

De Genova à Firenze é simplesmente indescritível a beleza, passando pela união de montanhas com o mar, passando pOR Monterosso ao Mare, Cinqueterre, região de Carrara, Pisa.

Firenze – Cortina D’Ampezzo – Ortisei – Norte da Itália

Sem dúvida toda a viagem apresentou paisagens belíssimas, mas essa região da Itália é quase impossível de descrever sem ver pessoalmente.

Saímos de Firenze pela manhã e pegamos um trecho de auto-estrada. Era um sábado com temperatura muito agradável e rodamos initerruptamente. Região cercada de montanhas e vinhedos e devido à estação do ano, as cores que descortinavam formavam verdadeiras aquarelas, todo o tempo.

Chegamos a Ortisei, uma cidade caracterizada por ter estações de esqui, e devido ao fato de ser uma região de movimento no inverno, havia vários e vários hotéis, mas impressionantemente todos fechados, Rodamos muito tempo indo e vindo sem que obtivéssemos sucesso para encontrar uma estadia.

Lembramos de ter visto uma luz parecida sendo um hotel no alto de um morro e sem muitas expectaticas nos dirigimos para lá e qual foi a nossa surpresa era um hotel belíssimo (Hotel La Perla). Fomos muito bem recebidos por uma pessoa que não poupou esforços para que nos acolher e que era a proprietária do mesmo.

Não fazíamos ideia da beleza daquele lugar

Cortina D’Ampezzo – Giro de Quattri Pasi

Esse dia provelmente ficará marcado em nossas memórias. Logo no ótimo café da manhã (com opção de champagne) já ficamos de “boca aberta” com a vista que descortinava pelas janelas do hotel.

Montanhas cobertas de árvores de cores incríveis, um infinito de cores, uma verdadeira pintura a cada olhar. Sem dúvida mais uma vez “indescritível”.

Nessa região da Itália é que estão localizadas as DOLOMITES, montanhas que dão a nítida impressão de estarem esfarelando.

Montamos nas motos e começamos a subir para o Giro de Quattri Passi, que é composto de quatro montanhas. Como falado anteriormente, cada Passi é o cume de uma montanha, sendo assim, faríamos quatro montanhas.

Essa região é muito turística, sendo que vimos dezenas de motos como nós fazendo essa rota, bem como uma região na qual se pratica muito o ciclismo, tendo uma prova super tradicional. De onde você olha, pode ver aquelas montanhas com os picos cobertos de neve, a famosa “neve eterna”.

Deixamos essa região lindíssima ao anoitecer e rumamos para o Lago de Garda, mais especificamente para Salo, onde pernoitamos.

Garda é um lago cercado por montanhas, onde se pratica ciclismo, esportes radicais, enfim uma região na qual a Comunidade Italiana para até mesmo incentivar o turismo tabela o preço dos hotéis, sendo assim, consegue-se estadias por preços ótimos. É em Garda que estão também as casas de artistas e famosos do mundo inteiro.

Jantamos e tomamos um pouco de vinho a mais e de madrugada conhecemos alguns motoqueiros profissionais que ao saber que éramos brasileiros, insistiram para nos levar para “bevere um pó de piu” (beber um pouco mais), mas eles também estavam alterados, Ao despedirmos um italiano saiu “empinando”, por aproximadamente cem metros antes de uma ponte, “loucos”.

Ficamos também de fora do hotel que estava trancado, pois não achei a chave da entrada, que estava junto à chave do quarto. O dono do hotel, coincidentemente passou, abriu para nós, o apelidei de “Urso dei Capelli Duro” – Urso do Cabelo Duro, “Simoncelli”, o motociclista italiano de muito carisma falecido em um Grande Prêmio, cujo capacete saiu da cabeça e foi atropelado, tendo traumatismo cerebral.

Lago de Garda – Bolzano

Acordamos e logo de cara olhamos para a montanha em frente à varanda do quarto, onde algumas pessoas pulavam de “wing-sut” e “para-pente”. O Largo de Garda tem uma beleza ímpar, os túneis são escavados na própria rocha, sendo assim não se vê concreto, integrando a natureza à estrada.

Bolzano – Treviglio – Milão

Nesse derradeiro dia, saímos de Bolzano rumo a Trento, onde tínhamos a recomendação de passamos em Trento para conhecermos o pessoal de uma equipe de MotoCross.

È uma equipe familiar que reúne todos os dias desde o “nono” (avô) aos netos pequenos, patrocinados pela Federação Italiana de Motocross e que haviam naquele ano faturado a trílpice cora, isto é o campeonato Italiano, o campeonato Europeu e o campeonato mundial.

Fomos extremamente bem recebidos por aquele pessoal fantástico, característica do italiano.

Já no primeiro dia, fomos para o centro de Milão, e simplesmente não havia como voltar ao hotel, pois não se encontrava taxi, metro ou qualquer outro meio de transporte. Vimos um ônibus que passava perto do hotel, saímos correndo feito loucos, abordamos o motorista que mandou com que subíssimos e nos deixou bem próximos ao hotel.

Quando saíamos para jantar, abordávamos um italiano de meia idade na rua, perguntávamos onde teria um restaurante que não fosse para turista, que ele fosse com a família e logicamente com preço bom. O resultado foi que fomos nos mais tradicionais restaurantes das cidades em que ficávamos, todos, sem restrição, com gastronomia excelentes, sem contar os vinhos.

Enfim, uma viagem perfeita, sem um senão qualquer que fica marcada em nossos “mental pictures”, sempre pensando no planejamento da próxima.

Resumo

A região da Itália e França que percorremos, toda com uma infra-estrutura fantástica de apoio ao turista, todos os hotéis muito bons, aproveitamos muito da ótima gastronomia e vinhos, principalmente os da “casa” italianos e sem dúvida boas cervejas também.

As motos se comportaram de maneira perfeita, ágeis, com controle de tração, aquecimento dos pulsos, que ajudou muito nas baixas temperaturas, pois várias e várias vezes pegávamos cinco graus centígrados. As roupas espetaculares, não deixando passar nem frio nem água, o que fazia com que a viagem se tornasse confortável mesmo sob condições adversas.

Nesta viagem umas das coisas boas também foi ser tão bem recebidos pelos italianos, do primeiro a último dia.

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