Esta viagem realizada no Marrocos, país localizado no norte da África, que apresenta uma diversidade cultural muito grande, bem como as belezas naturais como a cadeia de montanha Atlas e o imenso deserto do Sahara.

A viagem foi realizada no fim do mês de novembro e começo do mês de dezembro, organizada por uma empresa de Madrid, que nos convidou por já termos alugado motos com eles, e não imaginávamos que pegaríamos um frio tão grande e tormentas nunca vistas por lá nessa época do ano, advindas do Mar Mediterrâneo.

Em 1999, Mohamemed VI sucede o trono de Hassan II e promete realizar profundas mudanças democráticas. Reformou o código jurídico da mulher e em 2004 o código da família; subiu a idade mínima para casar de 15 para 18 anos, é abolida a poligamia, a tutela do padre ou do irmão mais velho sobre a mulher adulta não casada, e as mulheres podem escolher o esposo e pedir o divórcio em igualdade de condições com os homens e a custódias dos filhos.

Saímos de Málaga na Espanha, logo ao amanhecer, mas nessa éoca do ano fica claro muito tarde, daí já saímos em baixo de chuva, sem iluminação natura.

Sem ter tempo para adaptar às motos rodamos direto até Tarifa, onde embarcamos para Tanger, atravessando o estreito de Gibraltar.

Na Espanha, sem problemas para sair, mas no Marrocos é uma burocracia enorme para entrar com as motos. Documentos para cá, documetos para lá, passaportes, vai a um lugar, volta, assina aqui e ali, até que finalmente liberaram para a entrada.

Logo na saída da Aduana, tem um posto para troca de Dólares ou Euros por Dirans, que é a moeda do país.

Trocamos e seguimos para Xauen, ainda debaixo de chuva e alertados para o trânsito que não tem guardas, sinalização, muito menos preferência, tem que ficar atento mesmo

Rodamos no período da tarde, com chuva todo o tempo, muito frio, temperatura sempre abaixo dos 10 graus centígrados, chegando à Xauen, de tardinha.

Xauen, foi durante séculos uma cidade considerada sagrada, onde se proibia a entrada de estrangeiros, sendo uma das principais bases do exército espanhol. A característica que mais marca é a pintura azul nas maioria absoluta das casas. Hotel excelente, com uma gastronomia que foi a melhor da viagem; cordeiro ao molho agridoce.

Mais um dia com muita chuva, frio e vento. Saímos de Xauen de manhã. Rodamos com muito cuidado, pois estava muito complicado a dirigibilidade, parando em uma cidadezinha muito curiosa.

As lojas, bares são umas coladas nas outras, um cheiro muito forte de carne assada, tagines e toda a comida típica marroquina, que a essa altura não estava me fazendo bem devido ao coentro, tempero que eles usam para tudo, não conseguindo cozinha sem o mesmo.

Fez tem a maior Medina do Marrocos. Medina é um bairro com milhares de ruas, onde foi filamda uma novela da Rede Globo.

Neste dia meu “feeling” estava me falando para que tomase cuidado e “seguindo meu instinto”, resolvi ir na van durante os próximos dois dias, decisão super acertada, pois além das chuvas constantes, minha bota estava molhando, ficando impossível continuas viajando naquele frio, com os pés molhados.

Este dia foi o primeiro que atravessamos a cadeia de montanha Atlas, que diga-se de passagem é impressionante, nem parece estar no Marrocos. Montanhas cobertas de neve e uma verdadeira estação de esqui, para os amigos do rei.

El Yadida é uma cidade portuária da costa atlântica do Marrocos, na província de El yadida. Não tendo aparência magrebi, tem uns enormes muros portugueses de pedra talhada.

Segundo a Unesco, as mais importantes edificações do período português são a fortificação, a cisterna e a igreja manuelina de La Asuncion.

O hotel que ficamos é a igreja manuelina. Muito lindo.

Seguimos para Marrakesh sob chuva e vento forte todo o dia. O plano era de ir pelo litoral, mas o tempo que iríamos levar, foi preferível pegarmos uma auto estrada que levou quase direto ao nosso destino, onde passaríamos um “day-off”. O hotel era um palácio.

Parece que a viagem começou a partir desse dia. O sol voltou, com ele voltamos a atravessar a cadeia de montanhas Atlas e foi só alegria.

Pernoitamos em Quarzazate, em uma pousada fantástica, auto sustentável, com ruínas de cidades berberes, um oásis no deserto que começávamos a entrar.

Dia sensacional – outra cadeia de montanhas, chegando no meio do deserto mesmo. O hotel bem típico do deserto com berberes, camelos, dunas imensas, cordeiro assado e danças típicas.

Entramos literalmente no deserto, onde rodamos horas e horas com uma paisagem impressionante. Havia deserto plano e uma cadeia de montanhas do lado esquerdo fazendo formações incríveis, atravessando a cadeia de montanhas Atlas pela última vez.

Foi nesse trecho que encontramos uma família no meio do deserto pedindo o que fosse para aplacar a fome e a sede. Dei uma garrafa de água mineral para um garotinha, que a segurou de tal forma que parecia que tinha ganho o melhor presente do mundo.

Atravessamos alguns vales também, chegando à cidade de Mildet que é cercada por montanhas cobertas de neve.

Este foi o última dia da viagem programada para o grupo, mas aconteceram coisas não esperadas.

Ao chegar no Porto de noite para esperarmos o “ferry-boat” para voltar para a Espanha, sentamos em um restaurante que parecia ser limpo e bom. Pedi um prato de frutos do mar. Quando cheguei em Madrid para voltar ao Brasil, o cutuvelo direito estava inchado e não conseguia nem erguer as malas.

Fui descobrir somente aqui no Brasil que adquiri uma bactéria que se alojou no meu cutuvelo, e infelizmente por se africana, nem qual tipo de bactéria eles detectaram. Deus me ajudou que fui descobrir aqui, pois se fosse lá, sem falar a língua e sem estrutura hospitalar seria um caos.

Outra que me aconteceu, foi na hora de sair do Marrocos o sujeito da Aduana, me barrou e falou que eu não sairia mais do Marrocos. Fiquei assustadíssimo, ele passou todo o grupo, depois me levou a uma sala para que o chefe dele conferisse meu passaporte e finalizou que eu ficaria no Marrocos para casar com uma mulher escolhida por eles. No fim me liberaram